sexta-feira, 25 de novembro de 2011

FRITA. parte 2 - a salvação

Rafael estava errado. Não, não me refiro àquela noite enluarada onde ele saiu à procura de diversão desenfreada e me ligou às 3 da manhã desesperado questionando se era normal um clitóris de 22cm. Nem naquela vez que a gente tava indo pro SWU e a hospedagem que havia ficado por sua conta resultou num motel cospe-grosso com as paredes manchadas de sangue. Também não foi ao fato dele uma vez ter acreditado que a cura para rinite era fio-terra. Mas depois de uma vida errante por sua própria natureza, ele apenas enganou-se quanto ao material da banda postada.

ISSO é fritação. o resto é gíria.

Pensa aqui com o gorila. O que credencia um disco a categoria de obra prima? Conceito? Arte gráfica? Melodias viciantes? Batidas eletrônicas de sair correndo pelado pela Presidente Vargas? Infinidade de variações vocais? Influência de subgêneros musicais tão distintos que é impensável listar todos? Caso você concorde com todas essas coordenadas, continue lendo esse post que a recompensa é iminente. Caso você discorde, tenho apenas uma notícia:


Posto isso à mesa, continuemos com o bom senso.

Foi tu que respondeu sim à todas aquelas questões idiossincráticas ali de cima? E se eu te disser que além daquilo tudo, o disco ainda conta com a participação do Liam Howlett (sério, me recuso a apresentá-lo) e sua incrível habilidade do toque de midas. Sem falar que tem uma música com o In Flames (não conhece??? ouça o The Jester Race inteiro e, quem sabe, algum dia, ainda haverá esperança para você, pequeno gafanhoto!). Caso você tenha dificuldades para distinguir mensagens entre parênteses, clique aqui.

Como esse post serve de complemento, pouparei aquele blá blá blá com piadinhas associando o Pendulum ao sexteto do Jô e outras tosqueiras do mesmo nível. Quero falar de fritação pura e aplicada.

Minha primeira impressão desse 3º disco deles lançado ano passado (ano que, após este lançamento, tornou-se o "SAGRADO ANO DO PORCO COM ÉRNIA NO UMBIGO" já outorgado pela cosmologia védica) foi inevitável: saíram da sombra do Prodigy. Na minha sábia, repleta de amor, e honesta visão musical, eles lançaram dois discos BEM medianos (apesar do In Silico ser bem superior ao primeiro) e ainda usufruíam bastante prestígio pela versão de Voodoo People e a apresentação dela ao vivo, que não é coisa desse mundo. Esse disco une elementos que o deixam à galáxias de distância do anterior, que pecava justamente pela repetição e homegeneidade. Tanto que agora, diversas faixas não passam de 5 minutos, o que era raridade nos outros dois.

Minha vigésima nona impressão depois de ter ouvido ele desde ontem é que ele é sublime. Fazia tempo que não me encantava tanto com um disco quanto esse. Penso até em um paralelo com o Prodigy, que depois de 2 discos medianos lançou a maior obra de arte já apreciada por ouvidos humanos e... ok ok, perdoem-me a blasfêmia, nada nessa vida se compara a Prodigy. Mas sim, o Immersion é digno de um confortável lugar no panteão dos melhores discos já ouvidos por essas calejadas orelhas símias.

curti tanto que comecei a aderir umas certas práticas conflituantes com a lei

Num total de 15 faixas, destaco 10, uma boa média, se considerando que a primeira é uma introdução instrumental de 1 minuto:

03. Watercolour - Primeiro single do album, já entrou de cara nas primeiras posições do UK Charts e é fato que já um dos hits da banda.
04. Set Me On Fire - Melodia fodástica de teclado e uma base, assim como o vocal, BEM puxado pro dubstep, num contraste interessante.
05. Crush - Tirando as passagens de violão, todas as marcas registradas do Pendulum estão aí.
06. Under the Waves - Idem acima. Essa sim, poderia facilmente estar no In Silico.
07. Immunize - Há possibilidade de uma música que conte com a participação de Liam Howlett ser +ou-? Pois é, próxima.
08. The Island, Pt. 1 (Dawn) - Se isso é concebível, é como se fosse uma baladinha eletro. Acho que é a mais acessível deles e não me surpreenderia se deparasse com ela em alguma boate de House ae da vida.
11. The Vulture - Lembra bastante Girls do Prodigy. E só isso já basta.
12. Whitchcraft - Raro exemplo em que a melodia vocal se sobrepõe aos outros instrumentos. Ainda tem um baixo distorcido que me deixa em chamas.
13. Self Vs. Self - Participação do In Flames criando uma atmosfera maneira. Pra você que adora rótulos, bem vindo ao Eletro-Bigbeat-Melodic-Death Metal
15. Encoder - Levadinha bem synthpop que me lembrou alguma coisa que não consegui lembrar direito (!!!), algo como Into The Groove da Madonna (????) com uma percussão bem característica. Mas fechando o disco divinamente, tente, sem sucesso, segurar suas pregas com a melodia no final dela.


Depois desse, fica sempre a expectativa do que será dos lançamentos futuros. Tenho um receio do caralho, mas confio neles. Apesar que já é certo de esperar uma mudança na sonoridade, de acordo com o que o Rob Swire (produtor, vocal, tecladista, guia espiritual, xamã, carregador de piano e desentupidor de pia "Imersão é nosso lema" disque 7159.1441) mesmo falou, as novas músicas que eles estão compondo tá com uma puta influência punk. E ainda saíram em turnê com o Linkin Park esse ano, informação esta que eu ainda não sei o que pensar...

Enfim, to ouvindo alucinadamente como se não houvesse amanhã e se eles vierem aqui pra ordem e progresso eu vendo minha honra, minha dignidade, minha alma e vou pra nunca mais ser o mesmo ao voltar.

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