A maioria dos exemplos desta teoria concentram-se no pop anos 80. Depeche Mode, Duran Duran, A-ha, New Order, Tears for Fears e mais uma caralhada de preciosidades que você já ouviu. Seja na MTV, em temas de novela, no rádio do papai enquanto você, com menos de 1m de altura, se esparramava pelo banco traseiro. Hoje trataremos de uma banda que o google, em sua infinita blasfêmia, considera de menor relevância do que um bairro cospe-grosso em sampa, dada a sequência dos resultados.
véi, essa indumentária na primeira metade dos anos 80 era só sucesso |
Mas o post de hoje vem pra comprovar que Alphaville não é só essa musiquinha melosa.
Eis que em 84 esse trio alemão crava na história da boa música seu primeiro e maior legado. O disco contém todos os elementos do pop anos 80. Abre com uma música meio gótico, meio post-punk (pra mim a melhor deles), segue com uma synthpop também com uma atmosfera carregada, passa por Big in Japan - outro hit radiofônico - chega na To Germany in Love com uma das melhores linhas de baixo do estilo. Mesmo soando artificial, eletrônica e compressada, continua brilhando meus olhos cor de favo do cerrado. Ainda tem a Sounds Like a Melody, com uma melodia orquestrada e o refrão com alguns tons acima, uns agudos que hoje em dia o vocal não atinge nem amarrando uma tuba nos testículos. E pra finalizar, The Jet Set uma música tão alegre, mas tão feliz, que fará você expurgar confete pelos poros.
Algo notável: o Alphaville tá na ativa desde então. Num parou de lançar disco em época nenhuma. Como ainda não conheço a fundo os outros, subseqüentes ao (bom) Afternoons In Utopia, vou parando por aqui, deixando claro que é uma banda que vai muito além da lembrança "daquela música que toca no comercial".
E esse post é principalmente pra você que cultua coisas alternativas do quilate de Miami Horror, Cut Copy, Foster the People e afins, descobrir onde está a fonte sagrada. Agora ela materializou-se nos comments.
Apenas uma pequena observação que os companheiros de blog com gostos musicais atemporais irão concordar: poucos raciocínios são mais estúpidos do que a pergunta "ué, tu ouve isso? mas isso não é da sua época!"
Ora caralho, a minha época é agora. É o presente. A minha época sempre será a que eu vivo. No dia em que eu usar a expressão "porque na minha época...", pode me estrangular até a morte porque não há mais vida. A minha vida ficou presa a um eventual passado que não volta mais. E enquanto a música produzida no passado sobreviver no presente, ela é da minha época. Então toda vez que me perguntam isso eu torço meu pâncreas, certifico-me que não estou armado e quando a pessoa em questão ainda me fita esperando, eu respondo apenas com uma expressão:
http://www.4shared.com/file/kY_3dyx0/Alphaville_-_Forever_Young.html
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